Lula destaca que COP30 fará o mundo olhar a Amazônia “com os olhos que deve olhar”
Presidente visita ribeirinhos na Floresta Nacional do Tapajós e defende sustentabilidade com dignidade para quem vive e protege a floresta.
Yasmim Rodrigues/Bastidores do Tocantins
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (2) que a COP30, marcada para acontecer entre 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém (PA), será um momento histórico para o Brasil e para a Amazônia. Em visita à comunidade ribeirinha de Jamaraquá, na Floresta Nacional do Tapajós, no oeste do Pará, o presidente disse que o evento “fará o mundo olhar a Amazônia de uma forma diferente”, ressaltando que a floresta só permanecerá em pé se houver condições dignas de vida e trabalho para as populações que vivem nela.
“Essa COP30 é um momento único na história do Brasil, porque é um momento em que estamos obrigando o mundo a olhar a Amazônia com os olhos que deve olhar para ela. Não é só pedir para a gente manter a floresta em pé”, declarou Lula.
“É preciso que se garanta sustentação econômica, educacional e de saúde para as pessoas que cuidam dessa floresta. Porque, se elas não tiverem o que comer, não vão conseguir protegê-la”, acrescentou.

A visita faz parte de uma série de atividades preparatórias para a COP30, que colocará Belém no centro das discussões globais sobre meio ambiente e transição ecológica. Antes do evento principal, nos dias 6 e 7 de novembro, Lula presidirá a Cúpula do Clima, que reunirá dezenas de chefes de Estado na capital paraense. O presidente permanecerá no estado ao longo da próxima semana, coordenando as agendas oficiais.
Bioeconomia e saber tradicional
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, acompanhou o presidente e destacou que o modo de vida das famílias da região é exemplo de bioeconomia e sociobiodiversidade.
“Aqui é exemplo de como se mantém a floresta em pé gerando condições de vida e dignidade. São extrativistas, artesãos, seringueiros — todos combinando suas atividades ao longo do ano com respeito ao ciclo da floresta”, afirmou.
A Flona do Tapajós abriga cerca de 1,2 mil famílias distribuídas em mais de 500 mil hectares preservados, onde a comunidade de Jamaraquá é referência em turismo de base comunitária e produção artesanal de biojóias.



