Avião tecnológico realiza mapeamento inédito no Tocantins em busca de terras raras e metais preciosos
Levantamento aerogeofísico cobre 20 cidades do sul e sudeste do estado; projeto do Serviço Geológico do Brasil investe R$ 10,5 milhões para identificar potencial mineral e apoiar o desenvolvimento regional.
Yasmim Rodrigues/Bastidores do Tocantins
Um moderno avião equipado com sensores de alta precisão está sobrevoando o sul e o sudeste do Tocantins para realizar um mapeamento aerogeofísico inédito, com o objetivo de identificar áreas com potencial para a exploração de terras raras e metais preciosos. A pesquisa é coordenada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) e conta com investimentos de R$ 10,5 milhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A base das operações fica em Porto Nacional, e o levantamento está sendo executado pela empresa LASA Prospecções S.A. (Xcalibur Smart Mapping). Os voos começaram no fim de outubro e devem seguir até dezembro de 2025, passando por 20 municípios tocantinenses, entre eles Dianópolis, Natividade, Taguatinga, Arraias e Almas.

De acordo com o geólogo da Agência de Mineração do Tocantins (Ameto), Sanclever Freire Peixoto, o projeto faz parte de uma nova etapa de estudos sobre o potencial mineral do estado. “As técnicas aplicadas buscam, principalmente, identificar metais como cobre, ouro, zinco, chumbo, prata, ferro, manganês, níquel e elementos de terras raras, fundamentais para a transição energética. Mas os dados também têm aplicações na agricultura, gestão ambiental e planejamento territorial”, destacou.
O levantamento aerogeofísico utiliza uma aeronave adaptada com sensores de ponta que medem campos magnéticos, gravitacionais e níveis de radiação do subsolo, voando a apenas 100 metros de altura. O avião realiza medições em linhas paralelas de norte a sul, com 500 metros de distância entre cada rota, permitindo uma leitura detalhada do território. “Essas medições possibilitam identificar estruturas geológicas e potenciais depósitos minerais sem a necessidade de perfurações iniciais”, explicou o geólogo.

Segundo o diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB, Valdir Silveira, o Tocantins é considerado estratégico para o avanço do setor mineral brasileiro. “A geologia da região indica um grande potencial ainda pouco explorado. O estado pode se tornar uma nova fronteira mineral, contribuindo tanto para a transição energética quanto para o fortalecimento do agronegócio nacional”, afirmou.
O último levantamento aerogeofísico nacional havia sido realizado em 2015. Agora, a nova etapa integra o Plano Nacional de Mineração 2030/2050, o Plano Decenal de Mapeamento Geológico Básico (PlanGeo) e o Plano Plurianual da União (PPA).
A expectativa é que, a partir dos dados coletados, sejam identificadas áreas promissoras para exploração sustentável de recursos minerais, apoiando gestores públicos no planejamento urbano e ambiental das cidades tocantinenses.



