Transferência por engano: trabalhador devolve R$ 23 mil após Pix errado em Palmas
Agente de telecomunicação agiu com honestidade ao reembolsar valor recebido indevidamente; especialista alerta para cuidados em transferências bancárias

Yasmim Rodrigues/Bastidores do Tocantins
O agente de soluções em telecomunicação Wendler Silva, de 30 anos, viveu momentos de tensão no último dia 25 de junho, em Palmas, após receber uma transferência inesperada de R$ 23.300 em sua conta bancária. A origem do valor era um engano: o verdadeiro destinatário do Pix havia digitado incorretamente a chave de destino, errando apenas um número.
Wendler estava no trabalho quando foi surpreendido por uma ligação da gerente do banco informando sobre a situação. “Fiquei sem entender. No mesmo momento, já preocupado, porque um valor desse na minha conta eu não esperava e fiquei pensando na pessoa que fez a transferência, como estaria ele”, relatou.
Segundo o banco, o remetente pretendia enviar o valor para um número de telefone quase idêntico ao de Wendler, mas acabou digitando um final diferente, o que redirecionou a quantia para a conta errada. Com consciência e agilidade, o trabalhador acessou o aplicativo do banco e realizou o reembolso pela própria transação, atitude recomendada pelas instituições financeiras como forma segura de evitar golpes.
Especialistas reforçam que, ao receber um Pix por engano, o correto é utilizar a função de devolução disponível na própria transação. Isso reduz os riscos de fraudes, como os chamados “golpes do Pix reverso”, em que estelionatários simulam a devolução de valores para enganar vítimas.
Enquanto o caso de Wendler terminou de forma positiva, outros episódios semelhantes nem sempre têm desfechos tão tranquilos. Em maio deste ano, um jovem de 20 anos, residente no Tocantins, se recusou a devolver R$ 228 recebidos indevidamente por Pix. O valor havia sido transferido por um comerciante de Augustinópolis, que conseguiu identificar o destinatário por meio das redes sociais. Sem sucesso na tentativa de reaver o montante amigavelmente, o caso foi parar na Justiça.
O Ministério Público propôs uma transação penal para evitar a abertura de um processo criminal. Durante a audiência, o jovem concordou com o acordo judicial, comprometendo-se a pagar R$ 759 — mais que o triplo do valor original — em parcelas. O nome dele não foi divulgado.
Esses episódios reforçam a importância da atenção redobrada antes de realizar transferências, bem como da responsabilidade ética ao lidar com valores recebidos por engano. Em casos assim, o bom senso e a honestidade podem evitar transtornos judiciais e prejuízos maiores.