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Líderes de rede internacional de tráfico que usava aviões e submarino são condenados pela Justiça

João Soares Rocha e Fábio Coronha da Cunha usavam o Tocantins como ponto estratégico nas rotas do tráfico de cocaína que ligavam América do Sul, Europa e Estados Unidos.

Yasmim Rodrigues/Bastidores do Tocantins 

A Justiça Federal condenou dois integrantes apontados como os principais chefes de uma organização criminosa que operava rotas internacionais de tráfico de drogas a partir do Tocantins. O grupo utilizava aeronaves e até um submarino artesanal para transportar grandes carregamentos de cocaína para outros continentes.

O processo faz parte da Operação Flak, desencadeada após a apreensão de um avião com 300 quilos de cocaína em Formoso do Araguaia, em 2018. As investigações indicaram que João Soares Rocha era o responsável por comandar toda a estrutura logística, enquanto Fábio Coronha da Cunha atuava como seu principal aliado.

Grupo usava aviões e até um submarino improvisado — Foto: Reprodução TV Anhanguera/Divulgação Polícia Federal;

De acordo com a sentença da 4ª Vara Federal Criminal, assinada pelo juiz André Dias Irigon, João Soares Rocha foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado e ao pagamento de multa. Ele foi preso em março de 2024, na fronteira entre Brasil e Paraguai, após permanecer foragido por quatro anos. A decisão destaca que ele financiava o transporte de cocaína, adquirindo aviões, hangares e outros equipamentos, além de recrutar pilotos e mecânicos para o esquema.

Já Fábio Coronha da Cunha recebeu pena de 10 anos e dois meses de prisão, também com multa. O magistrado ressaltou que o acusado tinha plena ciência da dimensão internacional do crime e atuava como braço direito do líder. A defesa, no entanto, informou que vai recorrer, alegando ausência de provas materiais e que a decisão se baseou em informações sobre uma aeronave desaparecida no oceano.

As investigações revelaram ainda que o grupo operava há quase duas décadas, transportando drogas da Colômbia e da Venezuela com destino ao Brasil, Estados Unidos e Europa. O Tocantins era utilizado como ponto estratégico de reabastecimento e de movimentação das aeronaves. Em 2018, a Polícia Federal também localizou, no Suriname, um submarino improvisado com capacidade para transportar até sete toneladas de cocaína.

No ano seguinte, uma ação coordenada da PF resultou na prisão de 28 pessoas e na apreensão de 11 aviões ligados à organização criminosa. A decisão judicial reforça que a atuação do grupo configurava uma complexa rede internacional de tráfico, desmantelada após anos de investigação.

Bastidores do Tocantins

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