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Brasil lidera criação da Aliança Global Contra a Fome com apoio de 81 países

Iniciativa busca combater fome e pobreza com aporte inicial de US$ 25 bilhões e adesão de importantes instituições financeiras.

Yasmim Rodrigues/Bastidores do Tocantins 

O Brasil lançou nesta segunda-feira (18), durante a cúpula do G20, a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, posicionando o combate à insegurança alimentar como prioridade global. A iniciativa, liderada pelo governo brasileiro, já conta com o apoio de 81 países e um aporte inicial de US$ 25 bilhões, reunindo esforços multilaterais para enfrentar a crise social que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Principais avanços da iniciativa

•Adesão em larga escala: Até o último domingo (17), 81 países já haviam confirmado participação, representando cerca de 25% das nações globais. Este número praticamente dobrou após uma rodada intensa de negociações realizada na sexta-feira (15). O Brasil estima que até 100 países possam integrar a aliança nos próximos meses.

•Apoio financeiro robusto: O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lidera os aportes, destinando US$ 25 bilhões para projetos na América Latina e no Caribe. Ao todo, nove instituições financeiras, incluindo o Banco Mundial e o Banco dos Brics, anunciaram seu comprometimento com o programa.

•Foco em políticas sociais: Os países membros assumem o compromisso de expandir ou criar programas sociais que combatam a fome e a pobreza. Exemplos incluem a ampliação de transferências de renda e iniciativas como merenda escolar e assistência à saúde materna e infantil.

Impacto potencial

O governo brasileiro prevê que os compromissos firmados possam beneficiar até 500 milhões de pessoas, incluindo 150 milhões de crianças em programas de alimentação escolar e 200 milhões de mulheres e crianças em iniciativas de saúde materno-infantil. Esses números, no entanto, ainda carecem de maior detalhamento quanto à sua distribuição global.

Mapa do G20: 19 países, União Europeia e União Africana- Foto: Divulgação;

Superando desconfianças iniciais

Quando o Brasil assumiu a presidência do G20 em 2023 e apresentou a ideia da aliança, houve resistência de alguns países, que questionaram a necessidade de uma nova iniciativa em um cenário já repleto de esforços similares, como os programas da FAO e do PMA (Programa Mundial de Alimentos).

Após meses de negociação conduzida pelo Itamaraty e pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o Brasil conseguiu demonstrar a gravidade da crise global de fome e pobreza e a urgência de uma nova abordagem.

Desafios e perspectivas

Embora a adesão e o financiamento tenham superado as expectativas iniciais, o sucesso da aliança depende de sua implementação concreta. Especialistas como Mario Lubetkin, diretor regional da FAO, destacam a necessidade de ações tangíveis:

“Já passou a fase de falar, falar, falar. É preciso estabelecer metas concretas e concentrar esforços em países que mais necessitam.”

Por sua vez, o governo brasileiro reforça o compromisso de monitorar os avanços por meio de dois escritórios de coordenação, localizados em Brasília e Roma.

Conclusão

A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza representa uma oportunidade única de reposicionar o combate à insegurança alimentar na agenda global. Com o aporte financeiro de instituições renomadas e o engajamento de dezenas de nações, o Brasil espera transformar a iniciativa em um marco para a erradicação da fome e da pobreza.

Bastidores do Tocantins

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