Pecuarista é acusado de agredir criança indígena com ferro de marcar gado na Ilha do Bananal
Ação ocorreu em retiro próximo à Aldeia Macaúba; Ministério Público e defensores públicos tomam medidas para responsabilizar suspeito e garantir sua retirada da região.

Yasmim Rodrigues/Bastidores do Tocantins
Um menino indígena de 6 anos, morador da Aldeia Macaúba, na Ilha do Bananal, sofreu queimaduras graves no braço direito após ser marcado com um ferro de gado. O autor da agressão seria um pecuarista que arrenda terras na área. A família do menino denunciou o caso, e as lideranças do povo Karajá pedem que o responsável deixe a região imediatamente. O episódio está sendo investigado pela Polícia Civil do Tocantins, após transferência do caso da Polícia Civil do Mato Grosso.
Segundo documentos entregues à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a criança foi atacada enquanto brincava perto de um local onde o gado era manejado. O pecuarista teria ficado irritado e, de forma agressiva, usou o ferro de marcar para ferir o braço do menino. Assustada, a vítima correu para junto da mãe após o ocorrido. A gravidade do caso gerou mobilização de diversos órgãos de defesa dos direitos indígenas e infantis.
O Ministério Público Estadual (MPTO) e as Defensorias Públicas da União e do Tocantins já entraram com ações na Justiça para responsabilizar o agressor. Além disso, a Funai e a Secretaria de Estado dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) também estão atuando no acompanhamento e suporte à família da criança. Em nota, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, classificou o caso como inadmissível, destacando o compromisso de combater a violência e o racismo contra comunidades indígenas.
Organizações como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e outros grupos de apoio aos povos tradicionais reforçam a necessidade de uma punição rigorosa ao acusado e destacam a importância de garantir que situações como essa não se repitam na Ilha do Bananal, considerada território indígena. O processo corre sob sigilo devido ao envolvimento de uma criança e segue sendo acompanhado por diversas entidades de proteção e justiça.