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Queda da Ponte JK completa 16 dias: famílias ainda buscam desaparecidos e travessia por balsa deve começar nesta segunda-feira (6)

Desabamento deixou 18 vítimas, sendo três desaparecidas, e mobiliza uma força-tarefa; travessia alternativa entre Tocantins e Maranhão ainda enfrenta atrasos.

Yasmim Rodrigues/Bastidores do TocantIns

A queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta os estados do Tocantins e Maranhão, completou 16 dias neste domingo (5), marcando semanas de luto para as famílias de 14 vítimas localizadas e de angústia para os parentes de três desaparecidos. A tragédia ocorreu em 22 de dezembro de 2024, quando o vão central da estrutura, com mais de 60 anos, desabou, levando consigo dez veículos e 18 ocupantes. Apenas uma pessoa sobreviveu.

Desde o colapso, que ocorreu enquanto o vereador Elias Júnior (Republicanos) documentava os problemas da ponte em vídeo, equipes da Marinha, Bombeiros e outras forças têm trabalhado no resgate. Quatro caminhões, duas caminhonetes, um carro e três motos afundaram junto com os escombros, exigindo o uso de robôs subaquáticos, drones e equipamentos avançados para localizar vítimas e veículos no leito do Rio Tocantins, que chega a 48 metros de profundidade.

Perigo ambiental e desafios na busca

Nas primeiras semanas, as buscas foram suspensas devido ao risco ambiental representado pelas cargas de ácido sulfúrico e agrotóxicos transportadas pelos caminhões. Após análises que descartaram contaminação, os mergulhadores retomaram os trabalhos. O terreno instável, somado aos escombros e à profundidade do rio, tornou a operação complexa, envolvendo 87 militares da Marinha e especialistas de órgãos como Polícia Federal e Transpetro.

Equipamentos como os ROVs (veículos subaquáticos operados remotamente) têm sido essenciais para mapear o fundo do rio com segurança, permitindo identificar vítimas e objetos sem expor os mergulhadores a riscos. Até o momento, 14 corpos foram localizados, e a busca por três desaparecidos continua.

Travessia interrompida e promessas de alternativas

Com a interrupção da ponte, motoristas enfrentam desvios que aumentam o tempo de viagem entre Tocantins e Maranhão. Uma balsa para pedestres está prevista para iniciar operações nesta segunda-feira (6), após atrasos na documentação e nos acessos às margens. A travessia para veículos, no entanto, ainda depende de ajustes e deve começar em cerca de 20 dias.

Futuro da ponte e nova construção

A estrutura remanescente da ponte JK será implodida para abrir espaço para uma nova travessia. A ordem de serviço para construção já foi assinada, e o prazo para entrega da obra é de um ano. Antes disso, será necessário retirar os veículos ainda presos nos escombros, com todo o processo sendo acompanhado por órgãos técnicos e ambientais.

Enquanto isso, a população aguarda soluções definitivas para um problema que expôs a fragilidade de uma infraestrutura essencial e deixou marcas profundas na história das duas regiões.

Bastidores do Tocantins

Bastidores do Tocantins é um Blog de seres, fazeres e dizeres do estado de Tocantins.

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