Implosão da ponte entre Tocantins e Maranhão usará 250 kg de explosivos
Procedimento será realizado neste domingo (2) com técnica de calor intenso e explosivos estrategicamente posicionados.

Yasmim Rodrigues/Bastidores do Tocantins
Os preparativos para a implosão da estrutura remanescente da ponte sobre o Rio Tocantins, na BR-226, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), estão em fase final. A operação, marcada para as 14h deste domingo (2), utilizará aproximadamente 250 kg de explosivos e deve durar cerca de 15 segundos, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Os materiais explosivos chegaram à região na manhã deste sábado (1º), e a instalação deve ser concluída até a manhã de domingo. A remoção da estrutura é necessária devido ao colapso ocorrido em 22 de dezembro de 2024, que resultou em 18 vítimas. Do total, 14 corpos foram resgatados, três pessoas seguem desaparecidas e apenas uma sobreviveu ao desabamento: Jairo Silva Rodrigues, encontrado ferido no rio logo após o acidente.
Técnica e medidas de segurança
A implosão será feita com a técnica de fogo controlado, que combina calor intenso e explosivos estrategicamente posicionados para direcionar a queda da estrutura. Engenheiros responsáveis informaram ao Bastidores do Tocantins que as colunas da ponte serão implodidas de forma sequencial, com um intervalo de três segundos entre cada detonação.
Para garantir a segurança da população, a Defesa Civil orientou os moradores de Aguiarnópolis a deixarem suas casas até as 13h de domingo. Um perímetro de segurança de aproximadamente 2.100 metros será mantido nos dois municípios, e o tráfego de veículos, incluindo travessias pelo rio, será temporariamente interditado. Após a implosão, os moradores poderão retornar às suas casas em aproximadamente 30 minutos.
Nesta sexta-feira (31), equipes técnicas intensificaram os preparativos, realizando perfurações na estrutura para a colocação dos explosivos e instalando telas de contenção nas bases dos pilares para minimizar a dispersão dos escombros. No entanto, segundo o engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias, parte dos destroços pode acabar caindo no Rio Tocantins, apesar dos esforços para reduzir esse impacto.
“A estrutura avança 20 metros sobre o rio, e garantir que nenhum destroço caia na água é praticamente impossível. O planejamento e as simulações que realizamos visam minimizar esse fenômeno”, explicou o especialista.
A implosão deve gerar cerca de 14 mil toneladas de concreto e ferragens, que serão removidas posteriormente.
Nova ponte
A demolição da estrutura faz parte do cronograma para a construção da nova ponte, que deverá ser concluída dentro de um ano. O projeto está sob responsabilidade do Consórcio Penedo – Neópolis, formado pelas empresas Construtora A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Ltda.
Desde o desabamento, a BR-226 segue interditada no trecho da ponte, e motoristas precisam utilizar rotas alternativas, o que aumenta o percurso em cerca de 200 quilômetros. O colapso da estrutura ainda está sob investigação pelo DNIT.
O momento do desabamento foi registrado pelo vereador Elias Júnior (Republicanos), que estava no local gravando imagens das condições da ponte quando a estrutura cedeu.