Após quase cinco meses internado, sobrevivente de incêndio em fazendas recebe alta e emociona equipe médica
Elialdo Rodrigues teve 60% do corpo queimado no incêndio em Buritirana, que deixou uma pessoa morta e duas feridas.

Yasmim Rodrigues/Bastidores do Tocantins
Elialdo Rodrigues, um dos sobreviventes do incêndio que devastou a zona rural do distrito de Buritirana, recebeu alta hospitalar após quase cinco meses de internação. Durante o tratamento, o trabalhador passou dois meses na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e enfrentou diversas complicações devido às queimaduras graves que atingiram 60% de seu corpo.
A saída do hospital foi marcada por aplausos emocionados da equipe médica e de familiares. “Graças a Deus. Tô muito feliz. Vou focar mais agora que o tratamento tá bem avançado”, declarou Elialdo, que agora continuará sua recuperação em casa, com fisioterapia e acompanhamento médico pelos próximos 60 dias.
Recuperação desafiadora
O cirurgião plástico Weber Moragas acompanhou de perto a evolução do paciente e destacou o impacto emocional do momento. “Quando conheci o Elialdo ele estava na UTI intubado, com várias intercorrências. É gigantesco presenciar esse momento tão aguardado e poder fazer parte da recuperação dele”, comentou.
Elialdo ainda relembrou o dia do incêndio, marcado pela tragédia. “A gente tava apagando o fogo, aí a fumaça tava muito grande e a gente acabou se chocando um no outro […] A gente desceu pegando fogo”, recordou, emocionado, lamentando a perda do amigo Edimar Barreira Bezerra, que não resistiu às queimaduras.
O incêndio em Buritirana
O incêndio aconteceu em 28 de agosto de 2024, atingindo a zona rural do distrito de Buritirana, na região de Palmas. Três homens tentavam conter o avanço das chamas com um trator, mas a forte ventania fez o fogo se espalhar rapidamente, dificultando o trabalho dos brigadistas e bombeiros.
Edimar Bezerra, uma das vítimas, não resistiu aos ferimentos e faleceu 15 dias após o incidente. Outro trabalhador também ficou gravemente ferido, mas segue em recuperação.
Na época, a Prefeitura de Palmas ofereceu suporte aos pacientes e mobilizou equipes de vigilância ambiental e da Defesa Civil para colaborar no controle do incêndio. A Polícia Militar e a perícia investigam se o fogo teve origem criminosa.
O caso permanece como um alerta para os riscos e desafios enfrentados por trabalhadores rurais no combate a incêndios florestais, especialmente em regiões com forte incidência de queimadas.