Homem é condenado a mais de 28 anos de prisão por homicídio qualificado após investigações da Polícia Civil do Tocantins
Investigações apontaram que o crime foi cometido por vingança.

Rogério de Oliveira/Governo do Tocantins
Em julgamento realizado no Fórum da Comarca de Paraíso, nesta sexta-feira, 21, o Tribunal do Júri condenou um homem de iniciais D.P.C., de 26 anos, a uma pena de 28 anos e 22 dias de prisão, pela prática dos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menores.
A condenação do indivíduo foi resultado de uma extensa investigação realizada pela Polícia Civil do Tocantins, por meio da 6ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC – Paraíso), a qual apontou que, de fato, o indivíduo foi o autor do homicídio que vitimou Wriel Hélio Rodrigues de Oliveira, fato ocorrido no dia 22 de setembro de 2023, no setor Vila Regina.
O delegado-chefe da 6ª DEIC e responsável pelo caso, Antônio Onofre Oliveira da Silva Filho, explica que logo após tomar conhecimento do crime, a equipe investigativa da unidade especializada foi mobilizada sendo possível identificar o autor e também um comparsa menor de idade que atuou na empreitada criminosa, que culminou com a morte da vítima a golpes de faca.
O corpo da vítima só viria a ser encontrado em uma cova rasa, no dia 11 de novembro de 2023, em estado avançado de decomposição.
Com o aprofundamento dos trabalhos investigativos, a Polícia Civil descobriu que o jovem foi torturado em um ponto de venda de drogas e levado por seus algozes até às margens de um córrego, onde foi obrigado a entrar em uma cova rasa, momento em que recebeu inúmeros golpes de faca pelo corpo que foram causa de sua morte.
Com base nas investigações, a autoridade policial representou pela prisão preventiva do principal suspeito pelo crime, a qual foi cumprida e o homem acabou sendo preso e colocado à disposição da Justiça. Nesse ínterim, os investigadores da 6ª DEIC obtiveram mais evidências que comprovaram as investigações preliminares e confirmaram que o homem preso era o autor do crime.
Nesse sentido, o inquérito policial foi concluído e remetido ao Poder Judiciário, e ao Ministério Público, que por sua vez, acatou os resultados obtidos pela Polícia Civil no decorrer do inquérito e ofereceu denúncia contra D.P.C. O réu foi pronunciado pela Vara Criminal da Comarca de Paraíso e o julgamento foi marcado para a última sexta-feira.
Após mais de 10 horas de julgamento e de deliberações feitas pelo Ministério Público e pela defesa do réu, os jurados, que compõem o conselho de sentença, se reuniram e votaram pela condenação do indivíduo por homicídio qualificado, corrupção de menor e ocultação de cadáver.
Em seguida, a juíza fez a dosimetria da pena ao caso concreto e aplicou a pena de 28 anos e 22 dias de prisão em regime fechado. Após a leitura do veredito, o homem que já se encontrava preso preventivamente, foi encaminhado novamente para a Unidade Penal Regional de Paraíso, onde dará início ao cumprimento da reprimenda, agora na condição de condenado.
Crime cruel
Na noite do dia 22 de setembro de 2023, o autor, que se dizia amigo pessoal da vítima, foi até sua residência e o convenceu a ir com ele e um adolescente para um ponto de venda de drogas a fim de consumir substâncias entorpecentes. Como Wriel era dependente químico e vulnerável, não desconfiou que estava caindo em uma armadilha e acabou sendo morto e enterrado em uma cova rasa.
O delegado Antônio Onofre ressalta ainda que o crime foi praticado com extrema crueldade, pois após ser submetido a intenso sofrimento físico, Wriel foi alvo de inúmeros golpes de faca. “Os autores cometeram o crime com requintes de crueldade, pois a vítima ainda com vida, teve seu corpo aberto, devido aos repetitivos golpes que recebeu dos seus algozes, demonstrando a frieza e total desprezo pela vida humana”, ponderou.
As investigações revelaram que a vítima foi morta pelo fato de o acusado ter conhecimento de que ela estaria falando com policiais militares a respeito da conduta de um outro jovem que ainda continua desaparecido. Esse fato teria desagradado D.P.C., que então planejou e executou a morte da vítima.
O delegado Antônio Onofre destacou que o eficiente trabalho investigativo foi fundamental para a condenação do autor. “O empenho e dedicação dos investigadores da DEIC de Paraíso foram essenciais para demonstrar a materialidade e identificar a autoria deste homicídio que chocou a população local pela forma com que foi praticado. A condenação do principal autor reflete o reconhecimento do trabalho da Polícia Civil em oferecer respostas céleres e eficientes na investigação criminal para toda a sociedade”, conclui.