Casa em território quilombola é incendiada e Polícia Civil investiga possível conflito fundiário em Lagoa do Tocantins
Comunidade do Quilombo Rio Preto relata ameaças e destruição de propriedades após remoção de cerca que bloqueava acesso ao rio.

Yasmim Rodrigues/Bastidores do Tocantins
Uma casa foi incendiada no Território Quilombola Rio Preto, localizado a cerca de 50 km de Lagoa do Tocantins, após os moradores retirarem parte de uma cerca que impedia o acesso ao rio da comunidade. A Polícia Civil investiga o caso como um possível conflito fundiário.
A Secretaria dos Povos Originários do Estado do Tocantins (SEPOT) repudiou o ocorrido e afirmou estar tomando providências para garantir a segurança da comunidade quilombola, além de responsabilizar os autores de atos violentos. Segundo os moradores, a comunidade tem enfrentado ameaças e atos de violência frequentes, como a destruição de lavouras e outros incêndios em residências.
Em fevereiro, uma força-tarefa composta por dez órgãos estaduais e federais visitou o território para discutir a segurança da comunidade, que possui uma liminar de posse provisória. No entanto, os moradores denunciam que os ataques se intensificaram após a certificação de 2023, emitida pela Fundação Cultural Palmares, reconhecendo oficialmente o Quilombo Rio Preto.
O secretário de Estado dos Povos Originários e Tradicionais, Paulo Xerente, informou que o caso foi registrado junto à Polícia Federal e denunciado ao Ministério Público Federal, uma vez que o território é de competência da União. A SSP/TO esclareceu que, caso o conflito fundiário seja confirmado, o relatório policial será encaminhado à Polícia Federal para investigação.
A SEPOT reafirmou seu compromisso com a proteção dos direitos e da segurança dos povos quilombolas no Tocantins, e a Polícia Civil segue em diligência para apurar os responsáveis pelo incêndio.