Carlesse aponta perseguição política após ser solto: ‘Jamais ia fugir’
Ex-governador do Tocantins foi liberado por decisão do STJ e nega plano de fuga para o exterior.

Yasmim Rodrigues/Bastidores do Tocantins
O ex-governador Mauro Carlesse (Agir) afirmou nesta quarta-feira (19) que foi vítima de perseguição política, logo após ser solto do Comando Geral da Polícia Militar, em Palmas. Carlesse ficou preso por mais de dois meses, sob suspeita de planejar uma fuga para Itália e Uruguai com ajuda do sobrinho e ex-secretário Claudinei Quaresemin. “Jamais eu ia fugir, não tem motivo para isso. Sou empresário, cidadão italiano, e sustento minha família trabalhando”, declarou em coletiva.

A prisão de Carlesse ocorreu em 15 de dezembro de 2024, quando ele estava a caminho de uma fazenda em São Valério. A ação foi baseada em mandado expedido pela 3ª Vara Criminal de Palmas, com o juiz Márcio Soares da Cunha alegando risco de fuga. Apesar de ter vários pedidos de habeas corpus negados, Carlesse foi solto após liminar concedida pelo ministro Antônio Saldanha Palheiro, do STJ.
Carlesse também comentou o aluguel de uma casa na Itália, considerado suspeito pelo Ministério Público: “Aluguei a casa para resolver documentações familiares. Não há crime nisso”. O valor do aluguel foi de 1,5 mil euros, pago via intermediária, conforme investigação.
O ex-governador criticou a forma como foi preso próximo ao Natal e lamentou passar as festas detido: “Poderiam ter aplicado medidas cautelares, mas decidiram me prender”. Entre as medidas agora impostas estão comparecimento bimestral à Justiça, proibição de contato com investigados e de ocupar cargos públicos no Tocantins, e proibição de deixar o país sem autorização judicial.
Carlesse é alvo de cinco investigações por corrupção, lavagem de dinheiro, fraudes em licitações e outros crimes, e já foi afastado do governo em 2021 por suspeitas de propina no plano de saúde dos servidores e aparelhamento da Polícia Civil. Ele nega todas as acusações e diz que irá responder a todas elas.