Acipa sai em defesa de Joseph Madeira e diz que afastamento de diretores não trouxe prejuízos à entidade
Associação afirma que estatuto prevê exclusão de dirigentes apenas em caso de condenação e cita dívidas herdadas para justificar a não realização da Fenepalmas.
Yasmim Rodrigues/Bastidores do Tocantins
Em meio à pressão política e institucional para a saída de Joseph Madeira da presidência da Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa) — movimento liderado pelo vereador Carlos Amastha (PSB) —, a entidade divulgou um documento interno rebatendo os principais argumentos utilizados para defender o afastamento do dirigente, investigado pela Polícia Federal no âmbito da Operação Fames-19, a mesma que levou ao afastamento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos).
O material, apresentado a associados e lideranças empresariais, reforça que não há previsão estatutária para o afastamento de membros da diretoria apenas por investigações, e que a exclusão de dirigentes só é possível em caso de condenação com trânsito em julgado.
Medidas restritivas e continuidade da gestão
Em relação à determinação judicial que impede Joseph Madeira de manter contato com o chefe do Poder Executivo, a Acipa esclareceu que a restrição se refere exclusivamente ao governador afastado Wanderlei Barbosa, e não ao governador em exercício Laurez Moreira (PSD) — o que, segundo a entidade, não inviabiliza suas atividades institucionais.
Saída de diretores e funcionamento da entidade
O documento também aborda as renúncias e afastamentos de vice-presidentes que protestaram contra a permanência de Joseph Madeira, afirmando que os casos não trouxeram prejuízos operacionais à Acipa.
“O Estatuto da entidade assegura ao presidente a prerrogativa de substituir os cargos vagos em até 30 dias, o que foi devidamente cumprido. Portanto, a diretoria não está incompleta nem houve qualquer paralisação das atividades”, destaca o texto.
Filiados, crescimento e Fenepalmas
A Acipa ainda rebateu supostas irregularidades na filiação de empresários de outros estados, lembrando que o Estatuto permite a adesão de associados de fora do Tocantins.
O material também destacou o crescimento expressivo no número de filiados, que passou de 342 para 1.662 durante a atual gestão, e justificou a não realização da Feira de Negócios de Palmas (Fenepalmas) em função de pendências financeiras herdadas de administrações anteriores, incluindo dívidas e falta de prestação de contas junto ao governo estadual.
“Não tivemos as mesmas condições estruturais das gestões passadas. Optamos por não correr o risco de gerar novas pendências ou comprometer as finanças da entidade”, afirmou Joseph Madeira, segundo o documento.



